sábado, 4 de agosto de 2012

EM CASA DA POETA POPULAR ROSA SILVA

Um dia, enquanto atravessava a Terceira, recebi estas quadras por mail: "Boa noite, caro senhor/ Jornalista que anda a pé/ Cumprimento com fervor/ Conforme a minha maré/ Pena que estive a seu lado/ E nem me apercebi/ Gostaria de ter olhado/ Quem andou a pé aqui/ Se houver ainda horas/ Para vir a minha casa/ Diga-me que sem demoras/ Que a viagem não atrasa/ Em São Carlos, perto de Angra/ Fica a minha moradia/ Onde o coração me sangra/ Se não o vir por cá um dia". rosa 2 Mais tarde, acabei por responder ao desafio e terminei a comer uma bela de uma feijoada em casa de Rosa Silva, poeta da Serreta mas a viver em São Carlos. "Comecei a escrever num blog por sugestão de um chefe. Eu precisava de umas patacas e pensei em escrever sobre a Serreta. Só se falava no vulcão. Comecei a escrever, comecei a ter comentários, começaram-me a chamar de poetisa. Fui fazendo amizade com pessoas do Brasil e meti-me num site brasileiro de sonetos de Bernardo Trancoso e a partir daí fui experimentando". Rosa e outros bloguistas organizaram dois encontros de bloguistas. Entretanto, como já tinha material para escrever um livro, publicou um livro sobre a Serreta. "Agora as pessoas já me conhecem, pedem-me letras para dançar, para canções e uma ganadaria pediu um hino para a ganadaria. Às vezes estou no serviço e vêem pedir-me quadras. Faço as quadras na hora, sou repentista". Um dia o Dr. Luís Bretão convidou-a para uma reunião que todos os anos organiza em sua casa por ocasião das festas de São Carlos. "No dia do Pézinho, os cantadores vão a casa dele.Quando ele soube que eu gostava e tinha veia repentista, convidou-me. Eu esperimentei e fiz uma cantiga. A partir daí vou quando me convidam. Fui cantar a bares na Vila Nova, na Ribeirinha, numa homenagem ao Charrua (considerado o maior cantador de sempre) nas Cinco Ribeiras". O que lhe deu genuíno prazer foi ser convidada para cantar ao desafio com Maria Clara, uma cantadora jovem que se tem evidenciado na Terceira. "Fomos duas mulhares a cantar, foi uma cantiga suave. Isto deu-me uma grande alegria para viver, tive uma fase muito má na minha vida e isto dá-me muita alegria". E a Serreta? "A Serreta é uma marca registada que a minha mãe me deixou. Ela é que em vida me espicaçava para divulgar a Serreta. Hoje em dia vejo a Serreta e escrevo a Serreta à luz do passado. Só lá vou de visita". rosa 1

2 comentários:

  1. Olha amigo, estou de lágrima no olho... Não é de tristeza mas sim de uma alegria enorme por te ter visto em minha casa e ler esta preciosidade da tua escrita sobre uma realidade.
    Que tenhas muito sucesso no teu objetivo e a meta seja um livro para memória futura.

    Deus te acompanhe sempre por esses caminhos ilhéus e recebas a recompensa por todo o cansaço mas alegre caminhar.

    BJS

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