Já deixara para trás o Corvo e o Farol da Ponta do Albarnaz. Por diversas vezes, no início do trilho pensei em voltar para trás e fazê-lo com galochas no dia seguinte. Nesta altura do ano e apesar do repentino bom tempo que abençoou a Ilha das Flores no fim do mês de Novembro de 2012, os trilhos estão repletos de lama, água e pedra escorregadia.

As vacas encarregam-se em determinadas zonas de tornar os trilhos praticamente intransitáveis. Outras vezes, são árvores, quase sempre cedros do mato que caíram na última intempérie e cortam os caminhos. Outras vezes ainda, é a água das ribeiras que transborda e obriga a atravessar a corrente de água ou pedra entre pedra ou com as botas dentro de águas.
Exceptuando esses pormenores mais difíceis de uma caminhada nas Flores no Inverno, tudo é resto é deslumbrante. Os coelhos atravessam-se repentinamente à nossa frente. Numa clareira são três vacas que me esperam assustadas e fogem justamente para o trilho, entre ramadas de cedro do mato. O som da água das ribeiras a despenharem-se para o mar, o chilrear dos pássaros e o rumor das ondas lá em baixo acompanha a caminhada num oceano verdejante de pastos, amontoados de cedro e a Vigia da Rocha Negra ao fundo.
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