VIAGEM A PÉ PELAS NOVE ILHAS DOS AÇORES REALIZADA EM 2012 PELO JORNALISTA NUNO FERREIRA (REVISTA EPICUR E REVISTA ONLINE CAFÉ PORTUGAL, autor do livro "PORTUGAL A PÉ", EDIÇÃO VERTIMAG) APOIO VERTIMAG, Pousadas de Juventude dos Açores e SATA Contacto: nunocountry@gmail.com
terça-feira, 5 de junho de 2012
COMO O AEROPORTO AGITOU SANTA MARIA
"Os salários começaram a aumentar. Ganhava-se quatro escudos na lavoura, passou a ganhar-se 14 escudos"
António Baptista, ex-regedor de Santa Bárbara
" Eu era criança, ia a pé até ao aeroporto para vender fruta, hortaliças. Nesse tempo, vivia-se muito mal. Os adultos diziam: "Olha lá vem o miúdo outra vez"
Sr Fontes, taxista e ex-dono de restaurante
"Todos os filmes que estreavam em Lisboa vinham no dia seguinte para o cinema do aeroporto. Na biblioteca do Clube Asas do Atlântico, tinhamos todas as publicações literárias. Nunca li tanto como naquela altura"
"Na Calheta, para onde eu fui como professora primária, quando construíram o aeroporto, não havia água nem luz nem rádio..."
"Quando o primeiro avião aterrou em Santa Maria, aterrou numas chapas de ferro. Houve crianças que foram a correr pela canada do aeroporto. Os americanos acenderam uma fogueira com carvão mineral, eles ficaram de boca aberta, nunca tinham visto. Depois, tiraram salsichas e ofereceram. As crianças não aceitaram com receio. Só aceitaram os cigarros".
"O Clube Asas do Atlântico era o clube da elite. Era complicado entrar lá. O hotel também, era frequentado pela elite do aeroporto e nem todos os funcionários entravam. Tinha orquestra permanente. Gente solteira e sem mulheres agregava-se à volta da sociedade criada no clube e no hotel. Havia jogos florais, desporto, bailes, jogos de canasta, bridge. A classe operária tinha os seus próprios bailes e grupo de futebol"
"O trânsito da TWA ou da PAN AM era muito grande. O meu marido era director da TWA e normalmente tirava fotos com os actores que passavam na escala de 45 minutos. O Charlton Heston perguntou-lhe qual o filme dele que preferia e ele respondeu: "Ben-Hur". E ele: "So do I my boy"
As pessoas ouviam dizer que vinham as celebridades e corriam para o aeroporto.
Dona Aida, ex-funcionária dos CTT do Aeroporto
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