segunda-feira, 16 de abril de 2012

IRRÓ, A FESTA DOS PESCADORES DE VILA FRANCA DO CAMPO

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Entre 13 e 16 de Abril, os pescadores despem as roupas da faina e vestem-se de gala para celebrar o seu padroeiro, São Pedro Gonçalves. A procissão, a 15 de Abril, atravessa as ruas atapetadas de flores ao som da banda filarmónica e do som ríspido dos foguetes a riscar o céu cinzento.

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Sem banda, neste caso a histórica Banda Filarmónica Marcial União Progressista, não há procissão que se preze. A banda nasceu em 1907 para que as Festas do espírito Santo da Freguesia de São Pedro pudesse ter banda, uma vez que outra banda, a Banda Lealdade, já estava comprometida. A Marcial União Progressista, reza a sua página, foi formada com instrumentos de uma banda da vizinha Ponta Garça que tinha terminado.

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"Ao experimentar os seus primeiros passos, quando ainda menina e moça teve a ampará-la a protecção do Conde Botelho e é ainda hoje um lídimo representante dessa nobre ilustre família, o Visconde Botelho, um dos seus grande protectores.
A título de curiosidade os elementos que compõem esta banda são conhecidos
como "Zitas". A banda é formada na sua maioria por agricultores e operários, gente humilde (...)"
Extraído do site da Banda Marcial União Progressista

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O "TRÊS PASTORINHOS" CHEGA AO PORTO

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A tripulação do "Três Pastorinhos" acabou de chegar ao porto de Vila Franca do Campo. Aquela hora, há tripulações que descansam, há barcos que se preparam para saír. Um homem, a tensão no rosto, grita ao telemóvel junto a uma carrinha de transporte: "Eu tinha-te avisado, ti não me digas agora que não sabias". Ao lado dele, esperam grossos e lustrosos atuns acabados de pescar. Um grupo de mirones ouve a conversa. Por ali, nas muralhas e nos cafés onde os pescadores se juntam, há muitos homens, os mais velhos de samarras grossas e aos quadrados.

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O atum é retirado do barco pelos mesmos braços que o capturaram em alto mar e o mestre ainda pega num balde e os lava antes de seguirem caminho em direcção às instalações da lota e mais tarde, de Ponta Delgada.
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PORTO DE VILA FRANCA DO CAMPO

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Porto de Vila Franca do Campo

PRAIA DA VINHA DA AREIA, VILA FRANCA DO CAMPO

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Um solitário brinca com o cão no arel vazio daquela que no Verão é uma praia bastante concorrida, com um parque aquático e a marina do Cais do Tagarete por perto.
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Ponta Garça

FADO EM PONTA GARÇA

Ponta Garça é uma freguesia rural que tem a particularidade de ser a mais comprida da ilha. As casas acumulam-se encostadas umas às outras entre curvas e lombas, numa serpente que vai da Praia D'Amora até à Ribeira das Taínhas, já perto de Vila Franca do Campo.
Quando soube que dias mais tarde iria ali realizar-se uma sessão de fados jurei regressar. E voltei (desta vez no conforto de uma viatura e num dia sem chuva).
18-Carina Vieira, fadista amadora de Vila Franca do Campo, Noite de Fados em Ponta Garça
Carina Vieira, 19 anos

Os fadistas eram todos amadores e de Vila Franca do Campo. A excepção era o veterano Alfredo Gago da Câmara, organizador convidado pela câmara de Vila Franca do Campo a criar encontros de fado com fadistas locais em freguesias do concelho. Nessa noite, era a vez de Ponta Garça. A casa demorou a encher, não fossem muitos dos homens de Ponta Garça gente que trabalha na pecuária e chega tarde a casa. Comentei com alguém que o evento tinha sido bem divulgado na internet. "Oh mas eles só vão à internet para ver os subsídios".
Percebi também algumas outras peculiaridades da sessão quando o segundo fadista elogiou vivamente o mandato do autarca actual e desejou que ficasse por muito tempo, depois de vários cumprimentos às excelências que se sentavam na primeira fila representando o governo e a autarquia.
Alfredo Gago da Câmara explicou-me que embora não existam espaços para fadistas como Márcia Guerreiro, que já actuou num festival nacional de fado, para Graça Prata ou para Carina Vieira, qualidade vocal não lhes falta. Sempre que pode, Alfredo Gago da Câmara abre o espaço onde actua em Ponta Delgada aos amadores. "Está aqui um trabalho grande de treino e ensaio, o fado é uma aprendizagem permanente, um estado de alma que vai crescendo dentro de nós ao longo dos anos".

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O público não regateou aplausos nem aos músicos profissionais que acompanham Alfredo Gago da Câmara nem aos amadores, reprresentados nas primeiras filas pelas famílias e amigos.
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Fadistas, todos de Vila Franca do Campo: Carina Vieira, Graça Prata, Sandra Ventura, Márcia Guerreiro, Alfredo Gago da Câmara, Henrique Pires, Jorge Gago da Câmara, Vitor Prata.
Guitarristas: Alfredo Gago da Câmara, José Victor Prata, Manuel Paiva.
Violistas: Carlos Estrela e Jorge Gago da Câmara
Contrabaixo: André Estrela

sábado, 14 de abril de 2012

PONTA GARÇA

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Atravessei as ruas de Ponta Garça ainda sob os resquícios da chuva e as marcas no asfalto da Procissão do Senhor dos Passos. Aqui e ali, moradores saíam à rua de vassoura na mão para varrer o tapete de flores empapado e amassado e calcado pelos fiéis, crentes à mercê do dilúvio.

PRAIA D'AMORA

Para chegar à Praia D'Amora é preciso descer um caminho em terra batida. Nesse dia turbulento e de chuva incessante, cruzei-me com dois pescadores até poder pisar a areia da praia negra e vazia, escondida do mundo pelas arribas.

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Estava eu a descer sob chuva intensa uma rampa para a Praia D'Amora e Ponta Garça quando dou com esta criatura de Deus tão ou mais encharcada que a lente da minha máquina. A única vivalma num raio de quilómetros de água da chuva e asfalto.

ENTRE AS FURNAS E PONTA GARÇA SOB CHUVA

Naquele dia, estava escrito que a chuva não daria tréguas e não deu, embora tenha aliviado um pouco à chegada ao litoral.
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Estrada a caminho de Ponta Garça
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Ainda junto à Lagoa das Furnas
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A CHUVA VEIO DE MANSINHO NA LAGOA DAS FURNAS

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Quando começou a chuviscar, ainda era possível assistir ao ir vir de carrinhas por volta do meio dia de domingo passado para retirar do solo vulcânico as panelas do cozido. Homens chegavam com listas de encomendas para restaurantes diferentes: "esta é para o grupo de suecos". Mal se apercebiam que mais um buraco ia ser destapado, os turistas aproximavam-se e aqui o "turista" também.
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Por perto, a lagoa repousava na mesma tranquilidade bucólica de sempre. Gostei especialmente do deslizar na placidez das águas de uma família ou comunidade de patos.
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O céu abateria-se furiosamente sobre a Lagoa das Furnas momentos mais tarde.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

FURNAS COM SOL

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Foi assim que encontrei as Furnas, ainda com sol, antes de uma sequência de dias chuvosos que pareciam não ter fim
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sábado, 7 de abril de 2012

RIBEIRA QUENTE

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A Ribeira Quente, finalmente, depois de uma caminhada extenuante desde Faial da Terra. Depois da solidão do trilho, desemboquei numa ruela e dei com uma parte substancial da população da Ribeira Quente a gozar o feriado de sexta-feira da Páscoa junto ao barcos do porto ou nos cafés circundantes.
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Quase na Ribeira Quente, a Ponta do Garajau ao fundo

NA PONTA DO GARAJAU

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Já perto da Ribeira Quente, a Ponta do Garajau. Quem tiver coragem suficiente para enfrentar os cães da propriedade pode ser que consiga chegar lá bem à ponta. Eu preferi seguir até à Ribeira Quente.
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A Povoação já ficou bem lá ao longe.
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A caminho da Ribeira Quente pelo trilho do Agrião
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Lomba do Carro
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Povoação
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EMIGRAÇÃO PARA A BERMUDA

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É na Povoação que a emigração para a pequena ilha da Bermuda se sente com mais força, de tal maneira que as lombas periféricas à vila, sobretudo a Lomba do Cavaleiro e a Lomba do Loução estão marcadas pelas casas dos emigrantes. Muitos privilegiam moradias espaçosas, com amplos relvados e palmeiras, não tivessem vindo de um cenário tropical onde onde um dos trabalhos mais remunerados é a jardinagem
Tenho conversado bastante com ex-emigrantes na ilha, uns que trabalharam na restauração, outros na hotelaria e muitos na jardinagem em mansões milionárias. "Já se ganhou muito dinheiro na Bermuda, pagavam muito bem".
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Povoação
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Faial da Terra visto da longa e tortuosa subida em direcção à Povoação

ANTIGO PORTO BALEEIRO DE FAIAL DA TERRA

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Antigo porto baleeiro de Faial da Terra
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Faial da Terra