VIAGEM A PÉ PELAS NOVE ILHAS DOS AÇORES REALIZADA EM 2012 PELO JORNALISTA NUNO FERREIRA (REVISTA EPICUR E REVISTA ONLINE CAFÉ PORTUGAL, autor do livro "PORTUGAL A PÉ", EDIÇÃO VERTIMAG) APOIO VERTIMAG, Pousadas de Juventude dos Açores e SATA Contacto: nunocountry@gmail.com
sábado, 3 de novembro de 2012
NO MUSEU DOS BALEEIROS
O gabinete de Manuel Francisco Costa, 52 anos, director do Museu do Pico tem uma janela com vista para a vertente oriental do Pico. Fui lá à procura de dicas sobre baleias, adegas e música popular. Enquanto conversamos, é impossível não desviar o olhar do mar para a montanha e da montanha remeter de novo para o gabinete. Falamos de chamarritas e da viola da terra e da rabeca de Manuel Canarinho, um músico que verei a actuar mais tarde. Manuel Francisco Costa toca viola, canta e é um apaixonado pela cultura popular da ilha, razão mais do que suficiente para o visitar.
Desde que o micaelense Rafael Carvalho me seduziu com o som inconfundível da viola da terra e a necessidade de a preservar e difundir, que pergunto por ela em cada ilha que visito. O Pico não é excepção. "Há poucos executantes neste momento", explica-me Manuel Francisco Costa, "e existe a ideia de se dar aulas na Madalena e nas Lajes". Manuel, como muitos nas ilhas, cresceu ao som da viola: "O meu pai era conhecido pelo "Manuel da Viola", era um grande executante. Tocava a viola terceirense porque tinha estado lá na tropa".
Manuel Francisco Costa que quando aos 10 anos Manuel Canarinho lhe ensinou os "primeiros toques" existiam centenas de tocadores na Ilha do Pico: "O Pico estava pejado de tocadores populares. Havia muitas tunas e grupos folclóricos. Agora há poucos, contam-se pelos dedos".
E construtores de viola da terra? "Que eu saiba só no Faial. Existiam dois construtores aqui nas Lajes. Já faleceram".
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