quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O ÚLTIMO MOLEIRO DE VITÓRIA

moleiro 5 Manuel Tomaz Picanço da Cunha tem 73 anos e foi o último moleiro de Vitória. Chegou há semanas de uma viagem ao Canadá-" fui a um casamento"-e é a primeira vez que regressa ao moinho desde então. O moinho de vento foi do seu sogro até este não poder trabalhar mais. Mais tarde e durante 30 anos, Manuel Tomaz teve-o por sua conta. Deixou de trabalhar nele há cerca de seis a sete anos mas com excepção dos mastros e de um velho motor que o sogro comprou em 1969 por "70 contos", o moinho está um regalo para a vista. Foi todo restaurado e pintado com ajuda a 50 por cento do governo regional. "Chegámos a ter, aqui na Graciosa, 23 a 24 moinhos. Não havia farinha, era preciso moer a cevada, o trigo, o minho. Agora já não há necessidade. Ele ainda está em condições de moer. O senhor pode ver aqui as velas...mas já não tenho ninguém da família que queira pegar nisto e era preciso alguém com prática". Manuel só não tem condições para reparar o anexo onde jaz o velho motor de 1969. "Isto foi a minha vida. Eu era escravo do vento. Quando o vento amansava, não podia moer tanto, era assim...Um a um vai mostrando os utensílios, até chegarmos a um búzio. "Este búzio? Servia para eu apitar e me trazerem mais material para moer sem ter de sair daqui" moleiro 1 moleiro 4

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