VIAGEM A PÉ PELAS NOVE ILHAS DOS AÇORES REALIZADA EM 2012 PELO JORNALISTA NUNO FERREIRA (REVISTA EPICUR E REVISTA ONLINE CAFÉ PORTUGAL, autor do livro "PORTUGAL A PÉ", EDIÇÃO VERTIMAG) APOIO VERTIMAG, Pousadas de Juventude dos Açores e SATA Contacto: nunocountry@gmail.com
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
NOITE DE BAILE DE RODA NA FILARMÓNICA RECREIO DOS ARTISTAS
A celebração do Dia Mundial do Turismo foi um pretexto para a Filarmónica Recreio dos Artistas organizar uma baile de roda à moda antiga. Juntaram-se, por debaixo dos candelabros do enorme salão e nos corredores decorados com fotografias antigas e recentes da banda, pessoas suficientes para um baile animado e divertido. Alguns queixavam-se de que o anúncio do baile tinha sido feito em cima da hora e muitos não sabiam que ele ia ser organizado. O que é certo é que não faltaram tocadores nem gente para dançar.
Entre os tocadores, a nata da Graciosa, do Mestre José João Mendonça (viola da terra) ao jovem António Reis (viola da terra), passando por Manuel Florival Silva (viola da terra), Francisco Ávila (violão), Juventino Ávila (violão), Ilberto Silva (viola da terra) e Elder Eiró (tocador e construtor).
Juventino Ávila e o seu violão
Na Graciosa, reza o livro "Cantigas da Minha Terra" de José Gabriel da Cunha Martins, existe um grande reportório tradicional de modas velhas e modas novas, modas essas que começaram por ser dançadas no dia da matança do porco em casas particulares (tal e qual como em São Jorge), nas eiras ou no arraial de uma festa religiosa.
No prefácio ao livro, Fábio Mendes conta que na primeira metade do século XX, enquanto nas colectividades se dançava o bolero, o tango, a polca, a valsa, a quadrilhas ao som do piano, do clarinete, saxofone e contrabaixo, era nas casas particulares que se mantinham as modas tradicionais.
Uma ocasião especial-ainda o é- era o Carnaval, com bailes animados pelo reportório tradicional da ilha. "As damas", conta, "ficavam resguardadas num quarto e os cavalheiros noutro. Os cavalheiros só saíam do quarto que lhes fora atribuído para bailar"
Um pormenor curioso a que alude o mesmo autor é (era) a existência na época das "moças do rebuçado": "No decorrer de uma moda, o cavalheiro pagava à dama um rebuçado caseiro e matava a sede com uma aguardente. A venda de rebuçados e aguardente ajudava a pagar despesas como o petróleo dos candeeiros".
Nas modas velhas, que terão sido trazidas pelos primeiros povoadores da Graciosa, há uma exclusiva da ilha, o "José".
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