sábado, 4 de agosto de 2012

HÉLIO COSTA, AUTOR DE ENREDOS DO CARNAVAL TERCEIRENSE: "É UM DOM"

Helio Costa 1 Passei nas Lajes, em casa de Hélio Costa, taxista e famoso por escrever um número substancial dos enredos do Carnaval da Terceira. Quando o entrevistara em 89, ainda Hélio estava a começar aquela que é hoje uma carreira consagrada. O escritório, onde hoje passa grande parte do tempo, está recheado de fotos, de enredos, de homenagens. "Eu agora já só transporto os miúdos das escolas, o resto do tempo estou aqui a escrever". Todos os anos Hélio Costa escreve enredos para 45 a 50 grupos, seja para a Terceira, seja para grupos de emigrantes no Canadá e nos Estados Unidos que mantêm a tradição enraizada na diáspora. Helio Costa 2 Hélio Costa começou por participar em bailinhos de carnaval como dançarino aos 7 anos de idade. Em 1985 fez pela primeira vez uma letra para o seu grupo, o das Lajes. "Esse tema saíu muito bem. Em 1986, fiz dois, em 1987 já fiz quatro e depois foi sempre a crescer". Hoje, Hélio Costa já escreveu 964 enredos e confessa que já tem dificuldade em encontrar temas para escrever. "Normalmente, os grupos dizem-me o que pretendem mas é cada vez mais difícil porque a verdade é que já se escreveu sobre tudo, política, vida social, tudo". Em Julho, já tem cerca de 16 enredos pedidos para o carnaval de 2013. "Passei a tarde toda a escrever. Mas a melhor altura do ano é o Inverno, é mais propícia. Os enredos para os emigrantes são os que têm de estar prontos mais cedo, em Setembro, porque eles lá vivem com horários rígidos e ensaiam apenas ao fim de semana". Na Terceira, os enredos têm de estar prontos um mês antes. "Um mês antes do carnaval eu não pego em mais nada. Chego a rejeitar trabalho porque eu gosto de ter tempo para poder dar uma achega, um acerto. É uma carga de trabalho mas eu tenho paixão por isto". O Carnaval na Terceira não tem parado de crescer. "O nosso povo adora, enche os salões. Dantes era só domingo, segunda e terça, agora de há uns anos para cá é ao sábado e já querem começar à sexta para os grupos se poderem apresentar todos..." Hélio Fala em carga de trabalhos mas não vive sem os enredos: "Tenho um enorme orgulho por ter sido embalado com esta tradição. Quando estou a escrever eu falo, eu rio, eu represento o papel de cada uma das personagens".

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